Neste artigo, exploramos como a COVID-19 afetou as cadeias de suprimentos e discutimos a mudança em direção a uma abordagem mais resiliente.
A pandemia da COVID-19 trouxe desafios significativos para as cadeias de suprimentos, com 72% das empresas relatando impactos negativos. Restrições globais, flutuações na demanda e o aumento do comércio eletrônico resultaram em escassez em vários setores. A crise dos semicondutores, por exemplo, afetou a produção automotiva e de smartphones.
À medida que alguns fatores de interrupção começam a se estabilizar, surge a questão: como as cadeias de suprimentos estão evoluindo? As empresas estão reconhecendo a necessidade de agilidade e visibilidade, favorecendo a fabricação próxima aos mercados finais. Automação, Inteligência Artificial, robótica e análise de dados surgem como soluções para otimizar a logística e o controle.
Uma redefinição profunda está em curso. A produção de chips, por exemplo, está se aproximando de mercados regionais, diminuindo a necessidade de transporte de longa distância.
Transição para a Proximidade Geográfica: Uma Nova Abordagem
Recentemente, observamos um aumento de 29% na aquisição de espaços fabris na Europa por parte de fabricantes globais. Empresas estão investindo em instalações regionais para produzir mais próximas dos mercados-alvo. Especula-se que a crescente automação em armazéns tenha reduzido a vantagem de locais com mão de obra barata.
Essa tendência de “nearshoring”, que envolve a transferência de operações para países mais próximos geograficamente, está ganhando força. De fato, o relatório “Trade in Transition 2023” destaca um aumento de 8% no nearshoring em comparação com 2021. Essa abordagem não apenas reduz custos de transporte e tarifas, mas também melhora a sincronia de fusos horários e diminui as emissões ambientais.
Desafios e Caminho para a Resiliência
A pandemia enfatizou a importância do entendimento da cadeia de suprimentos e da flexibilidade para planos alternativos. Mesmo após superar a fase crítica da COVID-19, fatores econômicos e geopolíticos podem gerar perturbações. Um gerenciamento de estoque eficiente e previsões precisas são fundamentais para alcançar a resiliência da cadeia.
Em um recente podcast do Supply Chain Brain, Charlie Maynard enfatizou a necessidade de orientar as decisões com dados, não apenas intuição. A transição para tecnologias como a IA e a automação, no entanto, requer tempo. Empresas na região Ásia-Pacífico enfrentam desafios na implementação de tecnologia para obter visibilidade em tempo real.
Olhando para o Futuro: O Caminho da Digitalização
A tendência de digitalização na indústria é inegável. Empresas da região Ásia-Pacífico planejam investir em veículos elétricos, IoT e automação de armazéns. Parcerias e programas como o FLOW nos EUA têm como objetivo promover o compartilhamento de dados e a otimização.
A colaboração entre diferentes organizações é crucial para alcançar verdadeira visibilidade. O compartilhamento de dados poderia gerar economias bilionárias no setor de manufatura. Iniciativas como a torre de vigilância virtual em rede, resultado da colaboração entre Singapura e Suécia, usam a IA para aprimorar as cadeias de suprimentos.
Embora a adaptação a novas formas de trabalho esteja ocorrendo gradualmente, a complexidade crescente das cadeias de suprimentos exige essa mudança para garantir a contínua resiliência.
Leia mais conteúdos relevantes sobre tendências na logística